domingo, 20 de março de 2011

Enquanto a Lua cheia brilhava lá fora...


Nina Hagen, uma das figuras mais enigmáticas da música dos anos 80 marcou ontem presença na sala Suggia da Casa da Música, para brindar a mais que esgotada plateia da cidade do Porto com um competente e enérgico concerto.

A voz já não é a mesma coisa, e os experimentalismos ficaram fechados num báu, (e ainda bem porque seria um enorme risco, senão mesmo um suicídio artístico enveredar pelas suas incursões oitentistas na ópera), contudo a presença e a figura continuam igual a aquilo que sempre se esperou de Nina Hagen.
Os temas tocados foram desde covers de Depeche Mode e de Seal a todo um set acústico de blues, integrando standards como When the Saints Go marching in ou Amazing Grace, contudo pelo meio foram tocados a quase totalidade dos temas do seu último trabalho Personal Jesus, um trabalho ancorado sobretudo em bases de típicos blues do Mississipi.

Foram muitas as mensagens que Nina quis deixar, não esquecendo naturalmente as ameaças de desastres nucleares dos quais o Japão está a ser alvo, mas também algumas das teorias da conspiração mais complexas, como o projecto HAARP. Contudo a referência maior foi para a sua (re?)descoberta de Deus.
Nina Hagen foi igual a si, e mesmo não se lembrando se já esteve alguma vez cá em Portugal (sim tive a oportunidade de lhe pedir pessoalmente um autógrafo), a verdade é que ela deu um excelente concerto e fez com que a noite de Lua cheia fosse ainda maior e mais especial.