terça-feira, 25 de novembro de 2008

A magia... do Douro

A vista de S. Salvador do Mundo

Neste último fim de semana, tive a oportunidade de revisitar aquela que eu acho ser uma das mais belas regiões do mundo, a região do Alto Douro vinhateiro. Não só visitei a região, como revi bons e velhos amigos que tive a oportunidade de conhecer durante uma formação que desenvolvi no ano de 2005 na pitoresca vila do Pinhão - o real coração do vinho do Porto.

Uma das capelas de S. Salvador do Mundo

A razão desta visita foi um evento que acontece no Hotel Vintage House todos os anos e que tem por nome A Magia dos Cogumelos. O objectivo, claro está, é passar um dia na região, acompanhado por um especialista na matéria - Afonso Menezes, a conhecer e colher algumas espécies dos apreciados fungos. Susana e Amândio Barros, investigadores e historiadores, versados igualmente na história duriense, deram igualmente o seu contributo para a visita no santuário vizinho de S. João da Pesqueira, S. Salvador do Mundo, que referem ser um sonho para qualquer arqueólogo, uma vez que existem inúmeros vestígios de civilizações antigas, que também ali desenvolveram cultos.

Susana Barros

Afonso Menezes

A colheita dos fungos foi muito produtiva, mas nas largas dezenas apanhadas, muitos não eram comestíveis e alguns mesmo perigosos para a saúde. Não obstante, colhemos alguns Lactarius Deliciosus, Funghi Porcini e Pleurotus Ostreatus.

Exibição dos cogumelos colhidos

Uma das cestas usadas para a colheita

Andreia Freitas, Coordenadora da Wine Academy com um Pleurotus Ostreatus

O dia culminou num impressivo jantar de sete pratos confeccionado pelo Chef João Santos, todos eles com cogumelos como igredientes, e servidos com vinhos, claro está, do Douro. De facto, a região tem tanto para oferecer que o difícil é escolher o que se fazer.

Cannelonni de magret de pato fumado recheado com Pleurotus Ostreatus e vinagre de chcolate amargo

Rolnho de linguado com mousse de salmão sobre carpaccio de Agaricus Bisporus em infusão de azeite de alecrim ao sabor da ilha de S. Jorge

Tartlete de Lactarius Deliciosus com creme de canela gratinado e gelado de Chanterellus Cibarius

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dicas para uma melhor redacção


As novas tecnologias vieram baralhar todo o processo de escrita e pesquisa de notícias, isso é um facto. Contudo, cabe a cada redacção decidir como se adaptar a estes novos tempos, a esta nova conjuntura. Por sugestão de António Granado no blog Ponto Media, David Cohne, jornalista norte-americano que escreve para publicações como a revista Wired e o jornal New York Times,  traça dez dicas para modificar o modus operandi das redacções, no seu blog Digidave.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Fotografias da LIFE disponíveis na net


Uma das maiores referências do fotojornalismo mundial, a revista norte-americana LIFE disponibilizou através do alojamento da Google, o seu arquivo fotográfico composto por mais de 10 milhões de fotografias. Este espólio poderá ser consultado através de uma procura por década ou por palavra-chave. O site poderá ser consultado a partir deste link.

À descoberta dos Argonautas

Foto: Luís Rocha Graça

Ontem fotografei o ensaio para a imprensa do espectáculo "À descoberta dos Argonautas" que irá estrear hoje no Teatro do Campo Alegre. O espectáculo, tem como objectivo relatar algumas das histórias que estão por trás dos complexos nomes das constelações visíveis no céu, através de um teatro misto de sombras. Sendo este um espectáculo para crianças, foi interessante constatar que as mesmas (uma turma da escola EB1 do Bom Sucesso) estavam visivelmente confusas e enfadadas, pois os textos eram demasiado complexos para as suas idades. Tanto assim foi, que as crianças tendo tido a oportunidade no final de efectuarem algumas questões aos actores, perguntaram-lhes sobre algumas das coisas "mais óbvias", tais como o porquê do uso dos chapéus de apicultores, dos fatos de borracha ou da tenda de campismo em forma de iglo. A intenção é boa, não posso dizer que não é, mas de facto se esta peça pretende ensinar algo, deve ser mais ajustada ao seu público alvo.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Ver o que é invisível



O New York Times tem uma galeria de imagens aqui onde é possível ver algumas das coisas que nos passam totalmente despercebidas no dia-a-dia, tais como a turbulência do ar gerada por um secador de cabelo, ou as ondas provocadas pelo disparo de uma AK-47 (não que se dispare uma metralhadora todos os dias). Estas imagens são usadas para fins científicos e ajudam a compreender o comportamento de matérias que não são normalmente visíveis a olho nu. Vale a pena dar uma vista de olhos.

Smart Mind

Fotos: Luís Rocha Graça

Fotografar um automóvel num dia de chuva é um desafio bastante complicado, mas nada como alguma imaginação para se ultrapassar  a contrariedade. O automóvel era o novo Smart Fortwo Mind, o inovador utilitário com um motor mais amigo do ambiente, uma vez  que ao imoblizar o veículo, o motor deste desliga-se, mas arranca ao toque do pé no acelerador. 


O local para a sessão também oferecia uma série de contrariedades - pouco espaço, pessoas sempre a passar e, claro a chuva que caía incessantemente. Não obstante tudo isto, conseguiu-se fazer o trabalho que é possível ver. 


O Mercado do Bolhão foi escolhido por ser um local relativamente parco em espaço, mas que ilustra como um carro como o Smart pode perfeitamente lá entrar, pois mesmo de lado, o utilitário possui dimensões reduzidíssimas.


terça-feira, 11 de novembro de 2008

Matthew Alquimista


Fotos: Luís Rocha Graça

Experimentalismo, samples, interactividade, estes são os ingredientes principais que Matthew Herbert alia aos sons jazzísticos da sua big band e ao poder da voz de Eska Mtungwazi. 

Matthew Herbert, filho de um engenheiro de som da BBC, é uma das maiores referências no que toca ao experimentalismo sonoro, tendo já colaborado com grandes nomes do panorama musical mundial, tais como Björk, REM, John Cale, Yoko Ono e Serge Gainsbourg. Desenvolveu igualmente um método de criação musical onde estabeleceu firmes regras para conseguir explorar ao máximo a aleatoriedade dos sons recolhidos, incluindo neles os sons acidentais e os erros. Isto permite que cada concerto que o artista execute nunca seja igual, levando as plateias a sentirem-se sempre envolvidas por atmosferas originais e, em alguns temas, com algo de si próprias.

Foi exactamente isto que aconteceu ontem na sala Suggia da Casa da Música, onde Matthew Herbert e o seu conjunto de quatro trompetes, quatro trombones, quatro saxofones, um piano, um contrabaixo uma bateria e a voz de Eska Mtungwazi, apresentaram algumas músicas do seu mais recente álbum There's Me and There's You.Os sons extraídos pelo músico/compositor variavam entre pontapés na base de um microfone, revistas da socialite esfaceladas em ritmos certos e uníssonos do público, entre outros, mas sempre com uma base musical da big band a lembrar, em variados momentos as de Duke Elligton, conjungando-se com a poderosíssima voz de Mtungwazi. Hora e meia chegou para deliciar a audiência que mesmo após um encore, permaneceu com água na boca para mais alguns temas, o que não veio a acontecer. Em suma, uma hora e meia de experimentalismo, jazz e muito boa disposição.