Fotos: Luís Rocha Graça
Experimentalismo, samples, interactividade, estes são os ingredientes principais que Matthew Herbert alia aos sons jazzísticos da sua big band e ao poder da voz de Eska Mtungwazi.
Matthew Herbert, filho de um engenheiro de som da BBC, é uma das maiores referências no que toca ao experimentalismo sonoro, tendo já colaborado com grandes nomes do panorama musical mundial, tais como Björk, REM, John Cale, Yoko Ono e Serge Gainsbourg. Desenvolveu igualmente um método de criação musical onde estabeleceu firmes regras para conseguir explorar ao máximo a aleatoriedade dos sons recolhidos, incluindo neles os sons acidentais e os erros. Isto permite que cada concerto que o artista execute nunca seja igual, levando as plateias a sentirem-se sempre envolvidas por atmosferas originais e, em alguns temas, com algo de si próprias.
Foi exactamente isto que aconteceu ontem na sala Suggia da Casa da Música, onde Matthew Herbert e o seu conjunto de quatro trompetes, quatro trombones, quatro saxofones, um piano, um contrabaixo uma bateria e a voz de Eska Mtungwazi, apresentaram algumas músicas do seu mais recente álbum There's Me and There's You.Os sons extraídos pelo músico/compositor variavam entre pontapés na base de um microfone, revistas da socialite esfaceladas em ritmos certos e uníssonos do público, entre outros, mas sempre com uma base musical da big band a lembrar, em variados momentos as de Duke Elligton, conjungando-se com a poderosíssima voz de Mtungwazi. Hora e meia chegou para deliciar a audiência que mesmo após um encore, permaneceu com água na boca para mais alguns temas, o que não veio a acontecer. Em suma, uma hora e meia de experimentalismo, jazz e muito boa disposição.
3 comentários:
A folha que distribuiram na CdM estava errada. Não são 4 saxofones, são 5: um barítono, dois altos e dois tenores.
Um dos tenores estava era meio escondido atrás do Matt
Sim, sim, estava errada e havia uma senhora que não consta na folhinha. Mas gostei de ver sô Graça. Além das fotos, temos texto também. Muy bien.
De resto, como intitulei a peça no meu blog Matthew Herbert Big Man
Caro Ska, vou rectificar. De facto, acredito não ter contabilizado correctamente os músicos, uma vez que estava sobretudo a fotografar, mas obrigado pela correcção.
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